segunda-feira, 26 de julho de 2010

Morrer ou deixar de existir?

Livrem-se de qualquer manifestação humana sem fins justos. Enquanto fabricam desejos conscientes de iludir pela semelhança, muitos acreditam na concretização desses desejos, fazendo deles um meio para se alcançar benefícios individuais.Se a beleza de se sentir belo fosse a mais atraente não estaríamos contemplando novos ideais sem sentido, não estaríamos nos analisando todo o tempo e não iríamos implorar para ter uma aceitação de todos. Qualquer manifestação que seja direcionada para a satisfação de um desejo de um só indivíduo é injusta, é um impacto muito forte nas estruturas emocionais dos insatisfeitos com sua própria existência. Qual o mais perfeito metódo de se atingir a catarse? Não há como desvendar o sentido dos três tempos em que classificamos para se ter conhecimento total de nossas passagens pela vida do passado e do presente que almeja um futuro.O passado é castigado por nossas parcelas de erros, já sabendo que é humano nascer e que é humano pecar, já sabendo que é desumano viver sem sentir e morrer sem ter vivido. O presente é o descontentamento maior, é raíz sem fim que cresce em busca de um sucessor que não assume seu papel de forma clara nessa vasta hierarquia do desenvolvimento. O futuro é esse tal sucessor do presente que nunca assume o comando, é sempre uma promessa que não se cumpre, é sempre a continuidade imaginária da raíz do presente, do fruto do passado que influencia em sua sobrevivência chamada ilusão.
Apanhar da necessidade é fundamental para amar-se e amar a vontade da sobrevivência, é ignorar os três tempos inventados que nos dividem em fases de sentimentos de angústia. Desesperar-se em plena correnteza faz com que a origem seja a fonte de culpa, daí, retorna toda a visão para o sentido de todas as coisas de natureza frágil, como o próprio momento em que passamos a existir, em que passamos a nos compreender e nos analisar como verdadeiro homem capaz de odiar e amar ao mesmo tempo, capaz de sofrer pelo ódio de não conseguir amar, e aprender a criar forças sentimentais para não se deparar com a fraqueza da frieza humana.Mas finalizamos frios, apáticos com nossas ações sem controle, com nossos meios de se conquistar o prazer pelo ódio e ódio pelo prazer. Se há gastura no amadurecimento é por tamanho infausto de ser condenado pelo asco da falta de sentido da sobrevivência.
Racionalizar pelo própio valor sentindo o desafinar do ritmo da vida é bastante asqueroso, causa uma arritmia constante, um cansaço interno com fortes delírios que alimentam a incapacidade de se imaginar vivendo, de voltar a praticar os desejos básicos do corpo, talvez até que podemos recusar a consequência da morte em um plano espiritual, e então aceitar de vez a incalculável dimensão da não-existência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário