segunda-feira, 26 de julho de 2010

A inferioridade e a rebeldia das comparações

Concordar com a inferioridade é estranho, é estranho entender que somos divididos por estes tipos de classificações, e esta tamanha estranheza não deveria nem existir por esses caminhos de comparações. Todos possuímos a sede de reconhecimento, mas isto, não serve como uma proposta de se ganhar um crédito de superioridade uma vez que o reconhecimento é alcançado.
A desigualdade é nítida, mas não se trata de uma comparação que se calcula na dimensão em que se dá nomes ao que define com o que se eleva e o que faz declinar. Por diversos motivos que as agressões do homem com o mundo são vísiveis e não há nenhuma barreira, nada nos deixa cegos daquilo que se aproxima de uma atitude equivalente ao modo em que somos classificados, e na maioria das vezes são atitudes de rebeldia.

A rebeldia foge do convencional, é um novo comando interno agindo como uma ordem que não se pode deixar de cumprir. Nesse caso não se pode desmerecer a ordem interna, pois o próprio interior está convivendo com um conflito causado por toda a força externa, por todos aqueles que desprezam as vontades, e as consideram como inúteis e que não devem ser prosseguidas para dar sentido ao gosto dos limites criados por aqueles que temem aceitar a essência humana. A distorção do ser se aplica ao fato de existir as comparações, ao fato de que tudo que se modela tem todo o direito de separar aquilo pode ser visto como importante ou desprezível. A função de encontrar a necessidade dessa distinção de valores acaba sendo supervalorizada, acaba se tornando algo além de uma função, é uma meta que não se define, é o alicerce da distância do homem com a compaixão, é o começo da guerra dos valores, é a infinita procura pelo espaço doentio daqueles que ainda não se encontraram na vida.

A morte é o que nos tornam iguais.

A morte é a única coisa capaz de unir completamente os homens, tornando assim todos iguais. Não importa os valores quando conhecemos o fim da vida, todos sabem sobre esse destino, o único destino que temos certeza que vamos descobrir. A união que a morte proporciona é de tamanha intensidade, e passa pelo pleno convencimento de que todos possuem uma sentença, um ponto em comum e que este deve ser captado, aceito, e transferido para todos aqueles que admiram a eternidade e possuem a vontade de desejá-la sempre, como se o próprio desejo também fosse eterno e nunca sofresse alteração. O valor engrandece aqueles que estão convencidos de que possuem ua qualidade inatingível, mas estes, na verdade são os fracos da vez quando pensam que o valor é o embalo para se classificar como superior aos demais. O valor julgamos ter, sempre se encontra escondido dentro deles mesmo num absorver imaginário, num escapar eficiente da realidade.

Todo tipo de convencimento tem ligação direta com o entender interno, que se multiplica alcançando o orgulho e a estabilidade necessária. Seja o convecimento por um determinado valor que absorvemos por insistência e que achamos que ele nunca morrerá, ou seja, pela nossa própria idéia de que esse valor morre quando nós morremos. Existe uma perda intensa de força quando entendemos que nosso valor também irá morrer, e isso é um ponto principal para entedermos que nossas virtudes são apenas privilegiadas enquanto a existência nos possuir. Muitos acreditam na vida após a morte, e que quando chegarem ao plano espiritual continuarão vendo seus próprios valores em suas relações passadas, por pensarem que é nelas que todo o seu orgulho será depositado e absorvido com êxito.

Sempre nos procuramos nos dias de crise, e é exatamente nesses dias que algum tipo de convencimento nos devora, seja ele para um bem ou para um mal. A sombra da autoestima é pequena demais para se estabelecer como verdadeira, é uma espécie de tortura completamente inexplicável que a nós aparece para nos codificarmos da forma que interpretamos estes momentos. A definição do que é triste pode ser vista mais para uma caracaterística humana do que para um estado, mas a própria trsiteza também é capaz de se desfazer alguns momentos que nos encontramos aliviados por um sentido que nós mesmos criamos.Estes sentidos que criamos servem para distrair a tristeza, para atrair a perfeição do querer viver, do querer ser já sendo, e do querer existir já existindo. Esse convencimento de que a nossa maior busca é a ausência da tristeza é o que nos faz capaz de acrescentar em nossa fome pela sobrevivência um motivo a mais para se compreender a verdadeira meta do viver, que extrair dos desejos o máximo de prazer.

Devemos ignorar o valor como o conjunto da eternidade, e aceitar o divórcio de tudo que se forma essencial para existir comparações no mundo. A intolerância não deve ser amenizada quando a projeção da eternidade for mais efusiva que os nossos desejos do presente, porque viver a projeção da eternidade é desprezar o presente e inventar valores que desvalorizam a existência humana, pois esta projeção supervaloriza o homem ao ponto em que ele se torna centro da incerteza sobre a sua própria essência, sobre o seu verdadeiro motivo de continuar vivendo.


"O óbvio é para quem acredita que a razão nunca se modifica" TF

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