segunda-feira, 26 de julho de 2010

A necessidade do amor

Chega até a doer nos ossos quando nos vemos prisioneiros da nossa própria incapacidadade de sentir, de amar sem interesse, de sentir sem nenhuma meta disfarçada. É comum ver interesses no "amor" nos nossos dias de decepção, e quando encontramos nele um inválido gesto de bondade. Não existe nada maior que o domínio do amor, não há nada mais relevante que a sua própria vontade de existir, de se fazer presente em nosso dia a dia conturbado, e em nossa imensa falta de noção sobre o que nos deixam realmente elevados diante da virtude da verdadeira compreensão humana. O amor é como o nosso sangue, circula por todo o nosso corpo e isso faz com a gente aja com ele nos momentos em que nossa vontade de sufocar a vida se encontra reduzida.

Não nos encontramos distante nunca desse desejo de posessão, sempre o nosso maior prazer é possuir a certeza que amamos e que podemos ser amados, e que enxergamos esse pensamento como um jogo de troca. O homem que não consegue nem amar e nem permitir ser amado, jamais funcionará como um humano, essa máquina que é a humanidade só funciona de forma correta se bem alimentada pela energia da aproximação que tem um gosto fraternal, pela liberdade de analisar a ordem natural das coisas como a extrema beleza que somos capazes de resgatar. O amor nos transforma nas melhores máquinas sentimentais, funcionamos movido a um sentimento, seja ele qual for, de ódio ou amor, desde que seja um sentimento.

A forma como valorizamos cada expressão externa é de extrema importância, aquele que consegue farejar a expansão do campo sentimental é capaz de fazer da vida uma grande obra de arte, e nela fará de tudo que puder para atrair segurança e conseqüentemente doar proteção. Assim como as idealizações, o amor também possui essa magnífica complexidade de nos entender idealizando sobre o que é o amor verdadeiro. É mais um método de comparação que nos invade, mas dessa vez com pretensão para o bem, mesmo que venha com outra aparência. Nos expandimos quando percebemos a nossa união, o nosso poder de entender que nossas forças são correntes que nos aprisionam junto com o nosso calor, com as nossas desenfreadas emoções.

Existem várias definições do que é o amor, há quem diga que o amor pode partir para um plano de violência que nunca cessa e que este é o verdadeiro amor, há quem diga que o amor é completamente egoísta e que quando dizemos que amamos é porque sabemos manipular. Há quem diga que o amor é apenas uma expressão que não se aproxima da realidade, da área que desenha nosso interior. Há quem diga que a ilusão possui uma ligação direta com a origem do amor, e que essa origem morre sempre que insiste em existir e há quem pense que o amor é uma riqueza impossível de se possuir, que vive apenas nos desejos rebeldes, nos desejos de quem se mostram como eternos sonhadores. Todos esses pensamentos sobre um sentimento são traumas vivenciados por acreditar no maior dos afetos como uma reunião de prazeres que nunca se acabam e que uma vez que é sentido trará sempre um luminoso acontecimento que chamamos sempre de milagre. O amor é o contrário de milagre, existe em intensidade e é tão comum quanto as tragédias.



"Quem quer ser artista, nunca será. Pois pra ser precisa de arte e arte não se procura, se vive!" TF

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